Não calo!

Não calo!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Batendo asas


nela, falta alguma percebi,
Desculpe, fiquei distraído 
Desculpe-me mesmo, não observei ou não ví
Minha atenção foi toda aprisionada em seu sorriso,
E o meu eu caro Watson,  ocupado detalhando delicados traços femininos,
Lutando pela vida com uma alma alimentada por sangue e vinho, 
Sapeca menina,  joga pro alto o destino, feito um baralho no abismo
Brinca com verbos  e vai dando substância aos substantivos
Revogando a Lei da Gravidade com a sua birra, teimosia em sorrir
FENIX! Ressurge se livrando das cinzas e nos humilhando com o bater de suas asas


Para Daliani

sábado, 6 de abril de 2013


 


Coreias Nucleares 

A rica meridional já tem suas armas...
a do Norte agora nuclear. És tu a malvada!
Fica no escuro aí menina, mas não fica ai calada,
aceita a isca do sul, caia na armadilha da Águia
aceita o teu papel de malvada menina.
Sê não boazinha, grite, ajude a indústria das Armas
vamos, vamos, vamos, menina do mundo fechada.
Deixe de timidez, reaja! Qualquer meio motivo já basta!
Salvaremos o mundo menina, nós o salvaremos da sua ameaça.
Logo, logo,  teu povo será estatística e tua terra arrasada.
Lamentaremos, é claro, as milhões de tuas baixas.
Sê boazinha, menina, aceite o teu papel de malvada,
assume tu, que és para mundo um grande perigo...
Usaremos armas inteligentes, à distância serão disparadas,
na tv, transmissão ao vivo, comendo pipoca ficarei em casa,
serão teus amigos os assalariados soldados afro-latinos, ,
reagirão em última instância, em qualquer suposição de ameaça.
Fica tranquila pequenina malvada, um dia a Guerra acaba.
Acaba com um novo regime, por fora ele é mais bonito,
escolherão vós apenas candidatos amigos...
O povo terá Coca Cola e Sucrilhos,
Mas não será nada de graça.


domingo, 24 de março de 2013


Do outro lado da rua


Por quantos anos mais iriam perdurar aquele segundo?
Quando de lados opostos da rua trombamos sorrisos
Em frente por caminhos opostos e o  mesmo destino
feita por mãos de Anjos em sangue, pedaços arrancados do Sol,
em falsete sentidos mapeiam suas notas suaves em Mi Bemol.
delilhados femininos tocam sentimentos pretéritos perdidos
suas notas aprendizes viajam no tempo e invadem meus ouvidos
no oposto da lua onde explode uma sensualidade escondida
requintados  encantos me atingiam enquanto  sorria,
 assassina de corações inocentes, 
vítimas de seus próprios pecados, 
em pensamento pela luz da sua vidam, são todos flechados 
Quantos anos é preciso para ter um segundo de coragem?
Quanta coragem  é preciso para ter um segundo de verdade?
E depois de anos, depois  do segundo ...
... miragem?

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"habitação, migração, família e desequilíbrio no número de homens e mulheres em Itatinga"


O Brasil tem mais mulheres, mas em Itatinga mais homens e dai? Ora, por muito tempo encarei esses dados apenas como um fato curioso e nada mais, mas não é bem assim, não quando nos debruçamos sobre os dados colhidos pelo IBGE no último CENSO (2010) e colocamos um olhar atento na paisagem social do município.
Os dados do CENSO 2010 revelaram que o Brasil possui 97.342.162 mulheres e 93.
390.532 homens, ou seja, há cinco milhões de mulheres à mais em nosso país, diferença essa que está muito mais relacionada à violência do que na natalidade, pois 3\4 das mortes violentas (acidentes de trânsito e assassinatos) são os homens as vítimas.
Em nosso município temos 9230 homens e 8822 mulheres, ou seja, 408 homens a mais que as mulheres (estima-se que essa diferença tenha aumentado), contradição essa explicada pela migração, imigrantes de regiões menos abastadas do país (interior do Paraná, Sergipe, Bahia, Alagoas, Piauí, Pernambuco, norte de Minas entre outros) que somados passam de 2,5 mil pessoas e são em significativa maioria homens, pois os excluindo da conta a diferença entre homens e mulheres cai para 36 pessoas.
De modo geral os homens migram mais que as mulheres e o caso do nordestino em nosso município é emblemático, pois cerca de 2/3 dessa população pertence ao sexo masculino (646 de 957 em 2010). Não sou contra a liberdade de ir e vir, muito menos xenófobo, tampouco estou aqui a defender à expulsão desses trabalhadores que tanto contribuem para o desenvolvimento da cidade, muitos deles atraídos pelo recente boom na produção de laranja e cana de açúcar na região.
Porém não podemos ignorar a complexidade dos efeitos sociais gerados por essa migração, negar seus problemas escurece as soluções. A maioria deixou a família no local de emigração (origem), foram impelidos pela especulação imobiliária com fomento na incompetência do poder público na (não) construção de casas populares e, desta maneira uma explosão nos valores dos imóveis bem acima da média nacional em municípios de natureza semelhante (a velha lei da Oferta e procura). Percebemos que migrar sem a esposa e filhos segue a lógica da necessidade econômica, a maioria gostaria de ter um lar com a família completa, mas as necessidades os levaram a se submeter em péssimas condições sanitárias cujas casas alugadas são para turmas de até 20 pessoas (todos homens).
Se não bastasse ainda há um agravante, pois essa diferença tende a aumentar com a construção de uma penitenciaria em nosso município e provável reprodução do “efeito Balbinos”. A cidade de Balbinos teve o maior crescimento populacional nos últimos 10 anos no Brasil (199% de crescimento populacional no período), mas que infelizmente não foi conquistada com a chegada do progresso industrial e sim com a construção de um presídio, elevando a proporção de homens para 82,2% nesse pequeno município do interior de São Paulo.
Devemos ficar preocupados? Sim! Existirá uma forte demanda por casas populares e aluguéis de imóveis nos próximos anos. Abrigar os familiares de parte dessa população carcerária e também melhorar as condições de moradia dos migrantes (atraindo o resto da família), se o poder público assim o quiser, isso tudo com o que já temos em déficit habitacional - 3 mil casas – fará com que os novos eleitos percam o sono. Boa sorte, aliás.

sexta-feira, 27 de abril de 2012


Perdi o fôlego na fila do Banco

Não sei se é amor ou é invento - Por um sorriso envergonhado atento - tateando música ganhando o alto em movimento - flores imaginarias dançam com o bailado do vento


mapeando as curvas de sua geografia - Avisastes lá céu sobre sua descida? - Por que tocas violão tarde da noite sozinha? - Por que tuas claves de sol não iluminam meu dia?

O que fazer com meu amor ausente? - O que fazer se meu amor não consente? - O que fazer diante dessa certeza? - Como tirar da memória graciosa beleza?

Por que vás embora antes que eu acorde? - Por que não funcionas Ò moeda  da sorte? - Por que minha vida é mais vida quando dormida? - Por que tuas notas de sol não se enamoram com o dedilhado da citara?


Por que tenho saudades de enfrentar a fila? Porque mentia pra ter atenção recebida? - Como se conformar com 1 minuto de encanto?  - Tenho saudades da funcionária do banco...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

aluna das nuvens



            1990
na terceira carteira da fileira esquerda habita lá uma luz simpática
arrumando os cabelos escorregadios, feito a queda do Niágara
encarou o mundo com olhos arregalados, metálica jabuticaba,
maravilhada com a lógica dos mestres e no encanto de suas palavras

carregando escondido um inseparável diário florido
escondendo a 7 chaves inocentes desejos proibidos
 fez do caderno seu escudo e da caneta um projétil de bala
o lápis de prontidão,  copiam a lição e anotam ditadas palavras 
és arma mortal nas mãos dos inquietos, és sua única espada

2012
na segunda fileira esparramada sob sua carteira habita lá uma luz simpática
desarrumando seus cabelos loiros repintados, sexta feira 13 fantasiada 
abandonando os arremessos de bilhetinhos secretos com ideias censuradas
por mensagens explícitas e idéias resumidas pela tecnologia das palavras
ou perdida com a lógica dos mestres e no engarrafamento de frases elaboradas


carregando escondido um inseparável caco de espelho
gestos camuflados desenham o suave com batom vermelho
 fez do espelho seu escudo e do batom um projétil de bala
o lápis quando em uso,  copiam a lição sob pálpebras
és arma mortal, és sua afiadíssima espada

lisos cabelos recoloridos, perfeitos olhos mulatos
por poetas da construção e por artesãos do passado
linhas do rosto menina por tais mãos foi desenhado
ainda teve Ticiano Vecellio encondendo sua vergonha, vestido-a com pecado
surgiu assim a mais florida flor desbancando os lírios e superando os cravos

ressuscitando finados sorrisos e matando o silencio dos calados
 o silencio dos calados ... tirando silêncio e arrancando suspiros de tolos pálidos

sábado, 6 de agosto de 2011

Palavra esquecida



_...boa noite!

revirou-se na cama ... não se rendeu a despedida
Faltava ter dito o misterioso incógnito talvez poesia,
Procurava inspiração em silêncio óbito, sofreu, 
quase desistia
abriu sua janela procurando os desenhos nas estrelas
 viveu uma história nunca contada pela mitologia grega 
 embarcou palavrinhas em uma brisa do norte 
a deriva no horizonte a deriva da sorte  
com sextante nas mãos descobriu o Cruzeiro no céu,
 sul navegante
Agasalhou letra por letra dentro de uma bolinha de sabão espumante
 assoprou,assoprou... gritou avante avante! 
ao sabor do vento a pequena bolha foi devagar 
... e devagar foi longe
tão frágil brilho arco-íris  atraiu olhares curiosos adiante
linda bolha poetisa voando alto ganhando a batalha liderando o front
por fora rocha vulcânica , por dentro pétalas de rosa em desmanche 
fez do infinito sua prisão e das flores acalorada  amante
resistiu aos raios do sol e desviou-se dos raios da chuva
Resistiu ao calor e ao frio, sobreviveu, saiu pura
fez voos rasantes  testemunhou brigas e beijos diamantes
gracejou-se com a companheira gaivota obstada nessa aventura
Fugiu  da medíocre liberdade presi-diária, visitou até lua
atravessou o paralelo trinta, aero-porto alegre, cruzou a rua
avistou do alto o Uruguai passou o Prata bons ares adiante
vista é hoje na Praça de Maio encantando paisagem portenha,
do céus do Brasil era aprendiz, mas em terras castelhanas princesa
Aproximou a-traindo olhares comprometidos, 
pecados da mente obliqua
 um paradoxo diante da alheia cobiça manteve-se só
 ... nunca sozinha
onipresente invadiu o quarto precedendo o crepúsculo, 
que logo surgia
finalmente estourou em vida tais palavras:
foi-se a bolha, ouviu-se ¡Buenos Aires, buenos días!



Everton de Oliveira Bunder (06/08/11)