Não calo!

Não calo!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

aluna das nuvens



            1990
na terceira carteira da fileira esquerda habita lá uma luz simpática
arrumando os cabelos escorregadios, feito a queda do Niágara
encarou o mundo com olhos arregalados, metálica jabuticaba,
maravilhada com a lógica dos mestres e no encanto de suas palavras

carregando escondido um inseparável diário florido
escondendo a 7 chaves inocentes desejos proibidos
 fez do caderno seu escudo e da caneta um projétil de bala
o lápis de prontidão,  copiam a lição e anotam ditadas palavras 
és arma mortal nas mãos dos inquietos, és sua única espada

2012
na segunda fileira esparramada sob sua carteira habita lá uma luz simpática
desarrumando seus cabelos loiros repintados, sexta feira 13 fantasiada 
abandonando os arremessos de bilhetinhos secretos com ideias censuradas
por mensagens explícitas e idéias resumidas pela tecnologia das palavras
ou perdida com a lógica dos mestres e no engarrafamento de frases elaboradas


carregando escondido um inseparável caco de espelho
gestos camuflados desenham o suave com batom vermelho
 fez do espelho seu escudo e do batom um projétil de bala
o lápis quando em uso,  copiam a lição sob pálpebras
és arma mortal, és sua afiadíssima espada

lisos cabelos recoloridos, perfeitos olhos mulatos
por poetas da construção e por artesãos do passado
linhas do rosto menina por tais mãos foi desenhado
ainda teve Ticiano Vecellio encondendo sua vergonha, vestido-a com pecado
surgiu assim a mais florida flor desbancando os lírios e superando os cravos

ressuscitando finados sorrisos e matando o silencio dos calados
 o silencio dos calados ... tirando silêncio e arrancando suspiros de tolos pálidos

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