_...boa noite!
revirou-se na cama ... não se rendeu a despedida
Faltava ter dito o misterioso incógnito talvez poesia,
Procurava inspiração em silêncio óbito, sofreu,
quase desistia
quase desistia
abriu sua janela procurando os desenhos nas estrelas
viveu uma história nunca contada pela mitologia grega
embarcou palavrinhas em uma brisa do norte
a deriva no horizonte a deriva da sorte
com sextante nas mãos descobriu o Cruzeiro no céu,
sul navegante
viveu uma história nunca contada pela mitologia grega
embarcou palavrinhas em uma brisa do norte
a deriva no horizonte a deriva da sorte
com sextante nas mãos descobriu o Cruzeiro no céu,
sul navegante
Agasalhou letra por letra dentro de uma bolinha de sabão espumante
assoprou,assoprou... gritou avante avante!
assoprou,assoprou... gritou avante avante!
ao sabor do vento a pequena bolha foi devagar
... e devagar foi longe
... e devagar foi longe
tão frágil brilho arco-íris atraiu olhares curiosos adiante
linda bolha poetisa voando alto ganhando a batalha liderando o front
por fora rocha vulcânica , por dentro pétalas de rosa em desmanche
fez do infinito sua prisão e das flores acalorada amante
fez do infinito sua prisão e das flores acalorada amante
resistiu aos raios do sol e desviou-se dos raios da chuva
Resistiu ao calor e ao frio, sobreviveu, saiu pura
Resistiu ao calor e ao frio, sobreviveu, saiu pura
fez voos rasantes testemunhou brigas e beijos diamantes
gracejou-se com a companheira gaivota obstada nessa aventura
Fugiu da medíocre liberdade presi-diária, visitou até lua
atravessou o paralelo trinta, aero-porto alegre, cruzou a rua
avistou do alto o Uruguai passou o Prata bons ares adiante
vista é hoje na Praça de Maio encantando paisagem portenha,
vista é hoje na Praça de Maio encantando paisagem portenha,
do céus do Brasil era aprendiz, mas em terras castelhanas princesa
Aproximou a-traindo olhares comprometidos,
pecados da mente obliqua
pecados da mente obliqua
um paradoxo diante da alheia cobiça manteve-se só
... nunca sozinha
... nunca sozinha
onipresente invadiu o quarto precedendo o crepúsculo,
que logo surgia
que logo surgia
finalmente estourou em vida tais palavras:
foi-se a bolha, ouviu-se ¡Buenos Aires, buenos días!”
foi-se a bolha, ouviu-se ¡Buenos Aires, buenos días!”
Everton de Oliveira Bunder (06/08/11)
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