"habitação, migração, família e desequilíbrio no número de homens e mulheres em Itatinga"
O Brasil tem mais mulheres, mas em Itatinga mais homens e dai? Ora, por muito tempo encarei esses dados apenas como um fato curioso e nada mais, mas não é bem assim, não quando nos debruçamos sobre os dados colhidos pelo IBGE no último CENSO (2010) e colocamos um olhar atento na paisagem social do município.
Os dados do CENSO 2010 revelaram que o Brasil possui 97.342.162 mulheres e 93.
390.532 homens, ou seja, há cinco milhões de mulheres à mais em nosso país, diferença essa que está muito mais relacionada à violência do que na natalidade, pois 3\4 das mortes violentas (acidentes de trânsito e assassinatos) são os homens as vítimas.
Em nosso município temos 9230 homens e 8822 mulheres, ou seja, 408 homens a mais que as mulheres (estima-se que essa diferença tenha aumentado), contradição essa explicada pela migração, imigrantes de regiões menos abastadas do país (interior do Paraná, Sergipe, Bahia, Alagoas, Piauí, Pernambuco, norte de Minas entre outros) que somados passam de 2,5 mil pessoas e são em significativa maioria homens, pois os excluindo da conta a diferença entre homens e mulheres cai para 36 pessoas.
De modo geral os homens migram mais que as mulheres e o caso do nordestino em nosso município é emblemático, pois cerca de 2/3 dessa população pertence ao sexo masculino (646 de 957 em 2010). Não sou contra a liberdade de ir e vir, muito menos xenófobo, tampouco estou aqui a defender à expulsão desses trabalhadores que tanto contribuem para o desenvolvimento da cidade, muitos deles atraídos pelo recente boom na produção de laranja e cana de açúcar na região.
Porém não podemos ignorar a complexidade dos efeitos sociais gerados por essa migração, negar seus problemas escurece as soluções. A maioria deixou a família no local de emigração (origem), foram impelidos pela especulação imobiliária com fomento na incompetência do poder público na (não) construção de casas populares e, desta maneira uma explosão nos valores dos imóveis bem acima da média nacional em municípios de natureza semelhante (a velha lei da Oferta e procura). Percebemos que migrar sem a esposa e filhos segue a lógica da necessidade econômica, a maioria gostaria de ter um lar com a família completa, mas as necessidades os levaram a se submeter em péssimas condições sanitárias cujas casas alugadas são para turmas de até 20 pessoas (todos homens).
Se não bastasse ainda há um agravante, pois essa diferença tende a aumentar com a construção de uma penitenciaria em nosso município e provável reprodução do “efeito Balbinos”. A cidade de Balbinos teve o maior crescimento populacional nos últimos 10 anos no Brasil (199% de crescimento populacional no período), mas que infelizmente não foi conquistada com a chegada do progresso industrial e sim com a construção de um presídio, elevando a proporção de homens para 82,2% nesse pequeno município do interior de São Paulo.
Devemos ficar preocupados? Sim! Existirá uma forte demanda por casas populares e aluguéis de imóveis nos próximos anos. Abrigar os familiares de parte dessa população carcerária e também melhorar as condições de moradia dos migrantes (atraindo o resto da família), se o poder público assim o quiser, isso tudo com o que já temos em déficit habitacional - 3 mil casas – fará com que os novos eleitos percam o sono. Boa sorte, aliás.
Em nosso município temos 9230 homens e 8822 mulheres, ou seja, 408 homens a mais que as mulheres (estima-se que essa diferença tenha aumentado), contradição essa explicada pela migração, imigrantes de regiões menos abastadas do país (interior do Paraná, Sergipe, Bahia, Alagoas, Piauí, Pernambuco, norte de Minas entre outros) que somados passam de 2,5 mil pessoas e são em significativa maioria homens, pois os excluindo da conta a diferença entre homens e mulheres cai para 36 pessoas.
De modo geral os homens migram mais que as mulheres e o caso do nordestino em nosso município é emblemático, pois cerca de 2/3 dessa população pertence ao sexo masculino (646 de 957 em 2010). Não sou contra a liberdade de ir e vir, muito menos xenófobo, tampouco estou aqui a defender à expulsão desses trabalhadores que tanto contribuem para o desenvolvimento da cidade, muitos deles atraídos pelo recente boom na produção de laranja e cana de açúcar na região.
Porém não podemos ignorar a complexidade dos efeitos sociais gerados por essa migração, negar seus problemas escurece as soluções. A maioria deixou a família no local de emigração (origem), foram impelidos pela especulação imobiliária com fomento na incompetência do poder público na (não) construção de casas populares e, desta maneira uma explosão nos valores dos imóveis bem acima da média nacional em municípios de natureza semelhante (a velha lei da Oferta e procura). Percebemos que migrar sem a esposa e filhos segue a lógica da necessidade econômica, a maioria gostaria de ter um lar com a família completa, mas as necessidades os levaram a se submeter em péssimas condições sanitárias cujas casas alugadas são para turmas de até 20 pessoas (todos homens).
Se não bastasse ainda há um agravante, pois essa diferença tende a aumentar com a construção de uma penitenciaria em nosso município e provável reprodução do “efeito Balbinos”. A cidade de Balbinos teve o maior crescimento populacional nos últimos 10 anos no Brasil (199% de crescimento populacional no período), mas que infelizmente não foi conquistada com a chegada do progresso industrial e sim com a construção de um presídio, elevando a proporção de homens para 82,2% nesse pequeno município do interior de São Paulo.
Devemos ficar preocupados? Sim! Existirá uma forte demanda por casas populares e aluguéis de imóveis nos próximos anos. Abrigar os familiares de parte dessa população carcerária e também melhorar as condições de moradia dos migrantes (atraindo o resto da família), se o poder público assim o quiser, isso tudo com o que já temos em déficit habitacional - 3 mil casas – fará com que os novos eleitos percam o sono. Boa sorte, aliás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário